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VAMOS FALAR DE LIXO?

PROJETO ARTÍSTICO CULTURAL ONDAS VERDES – LEI 14.017/2020 – LEI ALDIR BLANC “POETA MIRIM E JORNALISTA MIRIM”.

VAMOS FALAR DE LIXO?
VAMOS FALAR DE LIXO? (Foto: Reprodução)

Pense no último suco que tomou ou no último salgadinho que comeu. Você jogou a embalagem no lixo e pronto! O problema foi resolvido. Muito provavelmente você nunca mais vai ver esse mesmo pacote na sua vida. Mas você já pensou onde ele foi parar?

Agora vamos pensar no lixo da sua casa, pronto? Agora em todo o lixo do seu bairro, da sua cidade, do país e, por fim, em todo o lixo do mundo! Agora que você já refletiu, percebeu que o problema é bem maior do que você pensava, né? Pois é, você tem ideia de quanto de lixo produzimos no mundo inteiro? Não? Então, deixe-me atualizá-lo. Mais de 2 bilhões de toneladas anualmente. O problema do lixo está se tornando um dos maiores do mundo, mas você sabia quando esse problema começou?

Desde o surgimento da humanidade, veio com ela também o lixo. Conseguimos sujar até o espaço, fazendo um grande anel de lixo em volta do planeta! Para se ter noção do tamanho desse problema, de acordo com uma moradora das proximidades da Prainha em Cerejeiras-RO, ela já tinha avistado até móveis, como um sofá, televisão e uma porta, boiando sobre o rio Arara, muito próximo da cidade. Antes de ele estar poluído e seco, muitas outras pessoas, inclusive meus tios e amigos deles, iam lá para poder tomar banho. Mas aparentemente, nossa realidade atual é outra...

Voltando à pergunta inicial, "Quando o lixo surgiu?". Se pararmos para pensar um pouco, desde que existem seres humanos, existe a sujeira. No início, eram apenas restos de fogueiras ou ossos de animais, porém todos esses lixos eram biodegradáveis. Mas o problema mesmo nasceu em 4000 A.C., com as primeiras cidades, causando uma quantidade maior de lixo em um só lugar, pois antes disso, boa parte dos humanos era nômade, ou seja, que se muda constantemente de acordo com as mudanças climáticas ou quantidade de comida em cada lugar, ou apenas que não tem moradia fixa. E com o tempo, as cidades cresceram, a população mundial aumentou, juntamente com a quantidade de lixo nas cidades e no mundo.

Você já deve ter ouvido sobre a Peste Bubônica ou Peste Negra que aconteceu lá na Europa (Europa século XIV), lá a quantidade de lixo era tão grande que virou uma festa para os ratos, que ajudou a espalhar essa peste que matou milhões na antiguidade...

Esse problema vem se aprimorando cada vez mais e ele aumentou mais ainda no século XVIII com o surgimento das indústrias. Pois quanto mais produtos de uso as indústrias criavam, mais lixo era produzido, e o pior é que o tempo de uso e garantia desses produtos está cada vez mais baixo, ou seja, algo como um celular que antes poderia durar bastante tempo (como o famoso Nokia 3310 ou mais conhecido como Nokia tijolão) agora está durando 2 a 4 anos, de acordo com o site https://www.agazeta.com.br/, fazendo com que as pessoas sejam obrigadas a trocar de celular para um novo modelo, causando muito lixo eletrônico, que demora cerca de 400 anos para se decompor (de acordo com o site https://www.infoescola.com/). Para se ter uma ideia, em 2019, batemos o recorde de 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico, de acordo com o site: https://umsoplaneta.globo.com/.

Para se ter uma ideia, uma fralda demora cerca de 450 anos para se decompor (de acordo com o site: https://portais.univasf.edu.br/), e um papel de salgadinho, aquele que você jogou fora no início dessa reportagem, vai demorar mais de 100 anos para se decompor (de acordo com o site: https://estudoemfocosaude.com.br/).

Mas por que o lixo urbano causa tantos problemas? Eu vou te falar o porquê. O lixo da agricultura, boa parte deles, são resíduos orgânicos e são reutilizados ou se decompõem na natureza, virando assim adubo. Já os das fábricas fazem muito mal à saúde, tanto humana quanto de animais. Hoje em dia, temos tecnologias e também temos leis para controlar um pouco desses resíduos, isso não está sendo tão eficiente, porém pode dar uma controlada em toda essa questão do lixo.

E o lixo da cidade? Assim como o lixo das indústrias, também temos métodos para poder lidar com o lixo urbano, como a coleta seletiva e a reciclagem, porém, esses métodos claramente não estão funcionando como deveriam. A coleta seletiva e a reciclagem não dão conta de tanto lixo, essa é a realidade. Para a nossa sorte, boa parte do lixo urbano é biodegradável, que são cascas de banana, laranja, resto de alimentos em geral, que, se você jogar no chão, logo ele será degradado por bactérias e fungos. Mas entre esses resíduos que não são biodegradáveis, existem também os que não o são, ou seja, fungos e bactérias não vão se degradar, que são latinhas, pacotes de salgadinho, vidro, borracha e etc. E lembra daquela garrafa de suco que você jogou fora? Então, possivelmente, quando ela sumir do planeta, você muito provavelmente nem aqui vai estar, pois uma simples garrafa ou copo de plástico pode demorar séculos para sumir.

E o Brasil, onde está no nível de lixo mundial? Ele produz mais lixo por ser mais pobre que alguns outros países, ou o problema está nos países ricos? Em países mais ricos, cerca de 2% do lixo é descartado de forma inadequada e em países mais pobres, essa porcentagem pode chegar até 90%. A média global é de que 1/3 não é coletado e nem tratado, e os outros 2/3? Boa parte deles vai para o lixão, que não são nada saudáveis para o meio ambiente. Existem sim aterros sanitários, porém só alguns deles têm tecnologia para transformar esse 2/3 em adubo para plantações. O tempo de vida de um aterro sanitário é de apenas 20 anos, depois disso começa a contaminar o planeta. E a incineração, que é o ato de queimá-lo, diminui muito o lixo no planeta, mas muitas pessoas fazem esse ato a céu aberto sem nenhuma proteção, fazendo com que a camada de ozônio fique mais fraca, assim colaborando com o aquecimento global.

Bom, voltando para o Brasil, de acordo com https://g1.globo.com/, estamos em quarto lugar entre os maiores produtores de lixo do mundo! Estando atrás dos Estados Unidos (primeiro lugar), China (segundo lugar) e Índia (terceiro lugar). Nosso país está entre os que menos reciclam lixo no mundo, apenas 1,2% é reciclado, o que equivale a 145.043 toneladas. Levando em consideração que o Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas por ano, é pouco, não é? Fazendo com que 11.210.177 milhões de toneladas sejam descartadas de forma incorreta.

De acordo com https://g1.globo.com/, eles relatam que "2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, 7,7 milhões de toneladas ficam em aterros sanitários e mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no país". Atualmente, nós temos 150 milhões de toneladas circulando pelos oceanos Atlântico, Índico, Pacífico, Glacial Antártico e Glacial Ártico. E para você que está se perguntando "mas tem lixo no oceano Glacial Antártico e Glacial Ártico?" A resposta é sim, tem sim, de acordo com: https://www.juntospelaagua.com.br/. "60% das águas não congeladas entre a Groelândia e a Rússia do oceano Ártico tem peculiaridades de plástico, 300 milhões dessas micropartículas, o que equivale a 400 toneladas de plástico", ou seja, tem sim. E você me pergunta "E no oceano Glacial Antártico, tem também?" Infelizmente, todos os oceanos têm lixo, inclusive o Glacial Antártico.

De acordo com https://www.ecodebate.com.br/, eles explicam "Líder de uma expedição francesa que rodou o mundo por dois anos e meio para analisar ecossistemas marítimos, Chris Bowler acredita ter encontrado a prova definitiva de que a poluição dos oceanos atingiu caráter global." E eles continuam falando da quantidade de lixo encontrada: "Em quatro pontos de observação no oceano glacial antártico e na Antártida, os cientistas da embarcação Tara Oceans registraram uma taxa de 50 mil fragmentos de plástico por quilômetro quadrado". Então, agora que você descobriu que todos os oceanos estão poluídos com pelo menos 1 fragmento de plástico, já sabe que esse problema chegou lá na Antártica e Ártico. Cerca de 80% dos oceanos estão cheios de lixo.

Agora vou te fazer uma pergunta. Você já ouviu falar da regra dos 3 R? Se já ouviu falar, você sabe que o primeiro é reduzir a quantidade de lixo na sua casa, depois reutilizar o lixo que produz e, por último, reciclar o lixo. Mas você está sabendo que está surgindo um novo R aí no meio? Esse quarto R é o de recusar, assim como está acontecendo com os canudos de plástico, que já estão sendo substituídos por papel ou bambu. Por falar nesse papo de reciclagem, então vou te contar uma verdade: sabia que menos de 15% do lixo é reciclado? Pois é, eu também achei que era mais. Mais uma vez, a economia está incluída aqui no meio, transformar lixo em material reaproveitável realmente é uma ótima ideia, porém esse processo ainda é muito caro. Não é apenas coletar o lixo, é preciso uma estação de reciclagem. Reciclar continua sendo uma ótima ideia, mas isso não resolve o problema, é apenas mais uma maneira de lidar com o lixo.

Muitos cientistas e pessoas já estão trabalhando em uma nova forma de lidar com todo esse lixo, mas essa solução ainda não está pronta. Enquanto isso, podemos ajudar fazendo a nossa parte, impedindo que 15% do lixo que está em nossas residências aumente para 60% ou até mesmo 100%, isso depende apenas de você, de nós.

E como está Cerejeiras em relação ao lixo? Bom, na nossa cidade, temos coleta seletiva e também temos um local para levar pneus, que eles darão o fim correto para ele. Um pneu que levaria 600 anos para se decompor, essas pessoas estarão fazendo um grande favor à natureza. Mas como ainda não temos um aterro sanitário próprio para o nosso município, levamos o nosso lixo ao aterro de Vilhena / RO 2 irmãos.

E quanto aos dias da semana que passa a coleta seletiva?

Bom, a coleta seletiva é dividida em dias da semana e bairros. Às segundas, a coleta seletiva passa nos seguintes bairros: Maranata, Eldorado e Liberdade. Às terças-feiras, eles passam no bairro Primavera; às quartas, passam nos bairros Floresta e Alvorada; às quintas, no Jardim de São Paulo e José Anchieta; e na sexta-feira, é a vez dos comércios e Avenida para fazer coleta de papelão e, por fim, no sábado, eles fazem a coleta de folhas e gramas (as folhas e as gramas devem estar embaladas para essa coleta acontecer) em todos os bairros da cidade.

Outra coisa, se você quiser fazer uma encomenda de uma sacola para você poder começar a dividir os materiais aí na sua casa, dá para solicitar a sua sacola com o pessoal da coleta seletiva.

Você sabia que, em abril do ano passado, foi estabelecida uma lei em nosso município que impede comércios de distribuir sacolas de maneira gratuita? Pois é, essa é nova. Mas por que os comércios continuam distribuindo? Bom, de acordo com g1.globo.com, nosso município consome média de meio milhão de sacolas por mês, e essa lei foi lançada e aprovada pela Câmara dos Vereadores no mês 03/2022 e, pelos dados apresentados, a remoção de sacola deveria acontecer em 12 meses após o lançamento da lei para estabelecimentos de supermercado, e após 24 meses do lançamento da lei, nenhum comércio poderia estar distribuindo essas sacolas de maneira gratuita.

O site explica que o prazo é de 12 meses para outros estabelecimentos supermercadistas; em 18 meses, para os moradores e empresários do ramo supermercadista, classificados como microempresas e/ou empresas de pequeno porte; e em 24 meses para as demais sociedades e empresários. Mas se fizermos os cálculos desde 03/2022, ainda não venceu o prazo para a lei entrar em vigor, ou seja, eles têm 3 meses para os supermercados pararem de vez com o uso de sacolas plásticas. Essas informações estão sendo retiradas do site g1.globo.com. Essa lei foi enviada pelo promotor Fernando Henrique Berbert Fontes, em dezembro de 2021. O integrante do Ministério Público justificou que essa lei seria um grande avanço para o estado de Rondônia. A lei foi aprovada na Câmara dos vereadores no mês de março de 2022.

E quanto será o preço a pagar ao descumprimento da lei? De acordo com 91.globo.com, a primeira denúncia será apenas uma advertência, a segunda vez será uma multa de 1000 (mil) reais, a terceira uma multa de 2000 (dois mil) reais, e pela quarta vez, uma multa de 5000 (cinco mil) reais.

Que nós estamos na região Norte todos sabem, mas, agora que já falei do lixo mundial, da contaminação das águas, das condições do lixo de Cerejeiras e do Brasil, que tal darmos uma breve olhada nas regiões do Brasil e sua situação de lixo? (Essas informações sobre as regiões estão sendo retiradas do site g1.globo.com) Vamos falar de cada região separadamente, começando pelo Sudeste, "71,2% dos resíduos gerados têm como destino uma forma correta de descarte, mas infelizmente os 28,8% restantes equivalem a 25 mil toneladas, mais que o dobro gerado em nossa região (região norte)", assim diz o diretor-executivo da Abrelpe, Carlos Roberto Vieira da Silva Filho. Vamos para o Nordeste, onde existem 866 lixões. "Esse número está preocupante, pois 51% do total de 1.688 dos lixões espalhados no Brasil" adiciona Silva Filho. Agora vamos falar sobre as regiões Norte e Sudeste, que se encaixam na segunda e terceira posição com maior número de lixões, que são 263 e 245, respectivamente.

Pois é, parece que não estamos tão bem como pensávamos que estávamos, né? Agora que você já tem informações suficientes sobre o lixo do mundo, você já sabe o que fazer e também sabe que não é apenas um problema do Brasil, que está em todos os países do mundo! Agora acredito que você esteja pronto para fazer a sua parte e ajudar o planeta.

Leticia Novais Gomes.

Leticia Novais Gomes é aluna do 8º ano A, na Escola E. E. F. Floriano Peixoto.


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